sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Gastronomia de Braga


Terra de gentes laboriosas e amigas, tradições e história, Braga (Costa Verde) sabe acolher com uma boa mesa o seu visitante com tudo regado a vinho verde, jovem, fresco, capitoso e frutado.
Assim se começa a desenhar esta culinária, produto do génio coletivo Minho, ninguém a inventou e inventaram-na todos, como diria Fialho de Almeida.

A diversidade da paisagem natural e as influências recebidas durante séculos, de outras culturas, são elementos que geram um festival de sabores e perfumes subtis na culinária minhota.

O Minho é sobretudo bacalhoeiro. Em lascas, de cura amarela, hoje praticamente desaparecido, à Margarida da Praça à Miquelina, à Mira Penha e, em Braga, forçosamente à Narcisa, que melhor se deveria dizer "à Eusébia", a emérita cozinheira do restaurante vizinho do cemitério e falecida em 1972.
Em Braga, algo há devidamente local, embora copiado um pouco por toda a parte: o arroz de pato à moda de Braga, cozido o arroz na água em que se trabalhou o pato e levado ao forno com rodelas de chouriço e tiras de presunto. Toque especial leva na Cidade dos Arcebispos o sarrabulho. Fundamental é acompanhar o sarrabulho com os rojões, carne enrijada em vinha-de-alhos; os farinhotes, enchidos de sangue de porco e farinha de milho; as belouras, ou tripa enfarinhada, enchida apenas com farinha e condimentos; os fígados e o verde (sangue) frito com alho. Exclusivamente bracarenses, as frigideiras, grandes pastéis de massa folhada com recheio de vaca e presunto, citadas como divinas por Júlio Dinis e com que fazia as suas orgias gastronómicas o José Fistula.

É na doçaria que a cozinha de Braga atinge uma maior originalidade e requinte, com o pudim Abade de Priscos, o toucinho do céu, as vieiras, o bolo rei, os doces de romaria e os fidalguinhos de Braga, biscoito seco para acompanhar o chá, bem como outras especialidades ricas de longa tradição conventual e popular.

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